Meet me halfway

Bom, hoje fiz a terceira quimio...

Mais uma...

MENOS uma...

Nunca mais até a próxima...

Fiz 3. Faltam 3.

Meet me halfway, como o Alê escreveu pra mim, da música do Black Eyed Peas.

Juro que depois posto fotinhos melhores. Mas "é o que tem pra hoje", como diria o Dicésar.

Agora, deixo um pedaço do comentário da Okida, que tirou do livro A Alma Imoral:

"Há um olhar que sabe discernir o certo do errado e o errado do certo.

Há um olhar que enxerga quando a obediência significa desrespeito e a desobediência representa respeito.

Há um olhar que reconhece os curtos caminhos longos e os longos caminhos curtos.

Há um olhar que desnuda, que não hesita em afirmar que existem fidelidades perversas e traições de grande lealdade!

Este é o olhar da alma".

Bizussssssssssssssssssssssssssssssssssssss

Danizinha (eu em quadrinhos...)

Eu ganhei do Jottas um grande presente. Uma personagem em quadrinhos, comilona e faladeira, fã de Bon Jovi, que tem um panda (como a minha tattoo), que ela jura que conversa com ela.

A maioria das tirinhas está no meu álbum do orkut. Hoje, posto aqui uma delas... que abri sem querer... E acho que tem tudo a ver...

Bizus

Mas percebo agora que o teu sorriso vem diferente, quase parecendo te ferir.

No ônibus pra Mogi, em 92, conheci o Paulo, um coroa que cursava Direito. Com um tempo de convivência ele me disse que eu era um enigma. Sempre de sorriso aberto e cheio de dentes.
Disse que eu parecia um farol no mar. Tinha luz própria e ajudava quem estivesse perdido. Mas não tinha ninguém pra me iluminar na hora que eu me apagava. Simplesmente porque ninguém me via apagar.
Demorei um tempo pra entender o que ele queria dizer. Afinal, nem tinha idade pra uma questão profunda como essa. Paulo era um filósofo. E era bem divertido. E ele tava certo.
Com o passar do tempo, entendi perfeitamente o que ele queria me dizer. Eu sempre estava sorrindo. Sempre achava alguma coisa pra me fazer sorrir. Mesmo no meio de algo que não parecia ser engraçado nem agradável, eu sempre achava alguma coisa interessante pra abrir um sorriso. Ou soltar uma piada. E provocar o sorriso dos outros.
Lembrei de quando eu era criança, sempre fazendo caretas, debochando de situações chatas em que a gente tem que fazer pose pra foto sem estar com a mínima vontade. A palhaça da turma.
Eu era assim. Eu sou assim ainda. Posso estar morrendo por dentro e quase ninguém vê.
É fuga? Não. É personalidade mesmo. Já tentei mudar, mas acabo rindo da minha própria desgraça. Parece que a dor fica mais leve, o fardo menos pesado.
O problema é que a minha tristeza me consome e ninguém vê, ninguém ouve, ninguém sente, ninguém se importa, ninguém acredita. Porque ela é invisível pra eles.
Ela gruda em mim e tem medo da luz do dia. Fica brava com meu sorriso. E, pra se vingar, me come mais rapidamente.
Quando ela me apavora, tenho vontade de gritar por socorro. Mas meu grito é abafado pelo meu sorriso, seguido de uma piada quase de humor negro e uma comparação de que sempre tem gente pior que eu.
E a minha tristeza fica lá, quieta, amargurada, esperando o momento certo pra se vingar de mim. E ela é rápida quando quer: basta um pouco de falta de atenção e solidão e pronto! Já tá me devorando de novo.
E hoje eu ainda não sorri. Por enquanto.
Bizusssssssssssssssss

Mulherzinhas o caralho!

Já falei da Tati Bernardi aqui? Acho que ainda não... só postei uns bagulhos no Twitter...
Pois bem, Tati Bernardi (http://www.tatibernardi.com.br/) é escritora (tô louca por um livro dela...) e joga pra fora, como ninguém, o que mora dentro da alma feminina.
Não daquela alma feminina frágil, delicada, educadinha...
Mostra o que tem na alma feminina das mulheres de hoje, homens em muitos momentos. Daqueles de bater o pinto na mesa quando querem alguma coisa.
Das mulheres que pagam contas, que trabalham, que sustentam a família...
Das mulheres que não sentem medo de dizer que sentem tesão, que querem um orgasmo de verdade...
Das mulheres que enfrentam seus problemas como guerreiros medievais, sem esquecer do batom por baixo da armadura...
Das mulheres que estão soltas por aí, correndo atrás, correndo na frente...
Das mulheres que, depois de tudo isso, se jogam na cama e choram feito mulherzinhas, só pro travesseiro. Com a certeza de que o amanhã traz mais desafios e a madrugada tem que recarregar as baterias do nosso macho interno. Afinal, amanhã ele tem que bater o pinto na mesa. De novo.

Bizusssssssssssssssssssssssss

O caso da periquita que sumiu.

Eu e Danilo estamos no quarto dançando, como se ninguém estivesse vendo, neste exato momento. Tô colocando vários vídeos no YouTube e a gente está se acabando... Agora ele pediu pra ver um DVD do Bon Jovi, da turnê do Crush... E aproveitei pra escrever aqui.

Mas quero contar do caso da periquita que sumiu.

Estava eu, a carequinha safadinha dele, tomando banho, qdo a pequena criatura cabeçuda abre a porta do box. Com cara de espanto, ele dispara:
"Mamãe, cadê sua periquita?"
Eu não conseguia responder de tanto rir.
"Tá aqui, filho", apontando pra dita cuja. Sem parar de rir.
"Ah, ela também ficou carequinha... Que susto, pensei que ela tinha sumido, mamãe!"

Bizusssssssssssssssssssss

Trilha do momento...

E fiz, então, pincéis com seus cabelos...

Eu me identifico muito com as letras do Renato Russo. E hoje acordei com Acrilic On Canvas entalhada na minha mente. Me peguei várias vezes a cantando, sem perceber. Então, coloco a letra ae embaixo...

Hoje fui na Beneficência Portuguesa pedir o material do tumor para mandar para o tal do Fish. "Dois dias úteis, senhora". Dãããããããã. Sabia que não seria tão fácil assim.

Aproveitei pra matar saudades da Fátima, Piedade e Conceição, com as quais convivi no tempo de assessoria do hospital.

Bom, sem mais chatices emotivas, toma Acrilic On Canvas, com toda sua atmosfera metafórica e profunda... Ah, e deixo fotinhos das flores que a canção cita: "amor perfeito" (amarela) e "não te esqueças de mim" (azul). Amo isso tudo...

ACRILIC ON CANVAS

É saudade, então

E mais uma vez

De você fiz o desenho mais perfeito que se fez

Os traços copiei do que não aconteceu

As cores que escolhi entre as tintas que inventei

Misturei com a promessa que nós dois nunca fizemos

De um dia sermos três

Trabalhei você em luz e sombra

Era sempre:

"Não foi por mal

Eu juro que nunca quis deixar você tão triste"

Sempre as mesmas desculpas

E desculpas nem sempre são sinceras

Quase nunca são

Preparei a minha tela

Com pedaços de lençóis que não chegamos a sujar

A armação fiz com madeira

Da janela do seu quarto

Do portão da sua casa

Fiz paleta e cavalete

E com lágrimas que não brincaram com você

Destilei óleo de linhaça

Da sua cama arranquei pedaços

Que talhei em estiletes de tamanhos diferentes

E fiz, então, pincéis com seus cabelos

Fiz carvão do batom que roubei de você

E com ele marquei dois pontos de fuga

E rabisquei meu horizonte

Era sempre:

"Não foi por mal

Eu juro que não foi por mal

Eu não queria machucar você

Prometo que isso nunca vai acontecer mais uma vez"

E era sempre, sempre o mesmo novamente

A mesma traição

Às vezes é difícil esquecer:

"Sinto muito, ela não mora mais aqui"

Mas então, por que eu finjo

Que acredito no que invento?

Nada disso aconteceu assim

Não foi desse jeito

Ninguém sofreu

E é só você que me provoca essa saudade vazia

Tentando pintar essas flores com o nome

De "amor perfeito"

E "não te esqueças de mim"

Bizusssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss

Nunca mais até a próxima

Decidi que não vou ficar postando meus dias ruins aqui.
Esses filhos da puta não merecem espaço e atenção.
Então, vou colocar todos os sintomas do tratamento só para constar, ok?

Tontura
Taquicardia
Falta de ar
Enjoo
Diarréia
Prisão de ventre (só se abuso de remédio contra enjoo)
Depressão
Afta com gânglios
Dor de cabeça forte
Dor de estômago forte
Queda de cabelo
Boca seca e com gosto ruim
Desespero
Vontade de desaparecer

Por tudo isso, que mais parece aquela música dos Titãs do pulso que ainda pulsa, prefiro escrever quando os 5 primeiros dias da quimio passaram, pra não assustar meus queridos e amados seguidores.
Se tiver novidades neste panorama catastrófico, incluo mais pra frente...

Hoje tô nova, praticamente!

EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE

Bizus!

Tempo amigo seja legal!

O tempo passou. Meu bebê não é mais aquele bebê. Só eu não tinha percebido.

Mas hoje, 8 horas da manhã, tive que perceber na marra:

"Mamãe, quem é o seu namorado?"

(Segundos de silêncio e eu tentando entender onde ele queria chegar com a pergunta)

"O tio Alê"

(Cara de surpresa não tão surpresa)

"O tio Alê? Eu não saiba ainda"

(Oops...)

"Não, filho?" (tentando ganhar tempo)

"Não, mamãe, você não me contou..."

(Verdade. Não tinha contato. Até porque achei que ele não entenderia muita coisa)

"Ah, desculpa, a mamãe esqueceu"

E ele sorriu, bateu na minha bunda e disse:

"Tudo bem, carequinha. O tio Alê é malucão"

Agora sei que a conversa mudou de nível. O bebê? Só na hora do colinho e do soninho...

Bizus

Round 2, fight!

Ontem fiz meu segundo ciclo de quimio. Foi tudo tranquilo durante a aplicação. Muita conversa com a Maíra, também com 35 anos e uma história bem parecida com a minha...
Thaís Lyra foi me buscar. Porra, Felipe, nem sei como agradecer! Hehehehehe
Depois o Marcel me levou na gineco, a Junia. Muitas emoções. Ela continua com as fotos do parto do Danilo, que apresenta em suas aulas... Ai, já viu o berreiro, né?
Adriana Martins foi me buscar. Tb nem sei como agradecer, doidinha...
Das balzacs, só falta a Pilipa me buscar em algum lugar... Vou arrumar um servicinho pra ela! Hehehehe
Eu tava tão bem ontem que quase acreditei que nada me aconteceria...
Mas na madrugada... vixe...
"Disseste que, se tua voz tivesse força igual a imensa dor que sentes, teu grito acordaria não só a tua casa, mas a vizinhança inteira". Pois é... acordei a casa. A vizinhança, não sei.
Só consegui dormir depois das 5... E o Danilo queria festa antes das 7...
Hoje tô esquisita demais, com tremedeira, enjoo, cansaço...
E a luta continua.
O melhor é saber que, depois de uns dias, isso passa.
Tem que passar!
Bizusssssssssssssssssss

Aeeeeeeeeeeeeeee

Queria agradecer a todos que acompanham o blog, essa minha viagem louca. Sei que tem gente que segue, que comenta. Gente que lê e não comenta, mas me manda recadinho dizendo que leu. Tb tem gente que lê e nem deixa comentário, nem recadinho, nem nada, mas sou avisada das leituras. O importante é que está sendo lido e muito lido. Muito mais do que eu imaginava... É bom compartilhar isso tudo com vocês...
Muito obrigada!
Bizussssssssssssssssssss

A zebrinha que habita em mim.

Hoje, finalmente, saiu o resultado da imunohistoquímica. Mas, CLAAAAARO, no meu caso, o resultado foi duvidoso (gene 2+)...
Explico. Se desse 0 ou 1+, era negativo para genético... se desse 3+ era positivo. O meu é talvez... HUAHUAHUAHUA. Parece mentira, mas é.
O que fazer agora? Mais um exame. O tal do FISH.
A imunohistoquímica avalia a PROTEÍNA, que é o produto do GENE. O FISH avalia o GENE.
Bom, se der positivo no FISH, existe uma droga que é utilizada, bloqueando a tal proteína do câncer agressivo geneticamente no meu organismo.
Vê quanta coisa sobre câncer que a gente nem imagina que existe? Pois é...
Mais exames...
Pelo menos, a oncologista me liberou para fazer o segundo ciclo de quimioterapia... Ainda nesta semana...
Bizus!

Happy Easter, sister!

Páscoa 2010! Danilo já ficou esperando o coelhinho... Eu esqueci de arrumar as pegadas e todas essas coisas... Absurdo, né? Aí, correndo, peguei uma cenoura e despedacei pelo caminho até os ovos... Funcionou... Depois de abrir todos os ovos e reclamar de todos os brinquedos (sim , ele sempre tem algo a argumentar...), ele ficou todo feliz com seus novos bagulhos do Bakugan, Naruto, Power Ranger, Batman, Homem Aranha, Ben 10... E eu ganhei muito bizus e abraços... "Minha carequinha safadinha", é como ele me chama agora...

Feliz Páscoa!

Bizus

Pó de mico

Tive que raspar o resto do cabelo. Não deu pra aguentar a coceira dos fios caindo. E, no banho, fiquei desesperada com a quantidade que caia... Fora a coceira INSUPORTÁVEL... Tô careca de verdade. E juro que é muito muito muito mais esquisito do que o visual Cássia Eller. Fora que tenho milhares de pintas na cabeça. Uma delas é tão grande que parece uma barata. A Claudia começou a raspar pra mim, mas o Marcel terminou. Ainda não tirei foto. Nem tô no clima. Tô com sono... Quando tirar, posto aqui.