As aventuras de uma balzac teenager

Sinta-se em casa!

sexta-feira, 8 de março de 2013

Hoje os Chorões somos nós...


Nenhum fã de Charlie Brown Jr. acordou feliz ontem. Perdão pelo trocadilho, mas só pensava em uma das músicas dele quando soube da morte de Alexandre Magno Abrão, o Chorão, vocalista da banda que catapultou o nome de Santos pro mundo. Mundo? Sim. Até o Axl Rose, do Guns, dedicou, em sua página do Facebook, o clipe de Don’t Cry ao cantor.
Com letras diretas e estilo debochado, Chorão deu voz a uma geração que se enxergou nas músicas do grupo. Desbocado e sem qualquer preocupação em agradar, ele mostrou que faltava uma pitada de sinceridade nas composições feitas pros jovens.
E foi assim, cantando a verdade, no estilo ‘doa a quem doer’, metendo o dedo na ferida da sociedade, que Chorão encantou a galera e inspirou muitos garotos a formarem bandas Brasil afora. Depois da Charlie Brown Jr. vieram muitas outras, na mesma pegada, tentando chegar aos pés dos originais. Impossível.
Chorão era a base da banda. Genial. Tão autêntico e sem meias-palavras que chegou a me espantar nas duas entrevistas que me concedeu. E, como todo gênio, não se encaixava no nosso mundo dos meros mortais. Era um cara competente e exigente no trabalho. Frágil, reservado e, em alguns momentos, impaciente na vida real, fora do palco. Na vida que não lhe pertencia.
Alexandre nasceu e morreu em São Paulo. Chorão nasceu em Santos e vai viver pra sempre...

(texto publicado no Expresso Popular, dia 7/3/13)